Na opinião de muitos, este era o jogo da derradeira oportunidade para a equipa do CCD ganhar algum alento na fuga aos últimos lugares, que já é uma provável evidência. Assim, era imperioso que jogassem para vencer.
A boa exibição do último jogo tinha reacendido a chama para um triunfo e podia dizer-se que o CCD era favorito.
O campo da Ribeira da Lage assistiu a um grande jogo com emoção constante, sete golos e uma reviravolta que chegou a estar anunciada, mas a equipa das Estrelas de Lisboa soube manter a concentração defensiva para os minutos finais de muito sofrimento dos atletas do CCD.
Saíram desiludidos os jogadores do CCD. Desilusão justificada. Os pupilos de Rui Santos, a perder por 0-1 logo aos 17 minutos de jogo, ganharam o domínio do jogo em todos os capítulos, muito por acção da sua pressão alta, uma pressão colectiva e eficaz. A equipa reivindicou a posse de bola, o que conseguiu com dificuldade e atirou-se para a frente, preferencialmente pelo lado esquerdo – Paulo Santos e Paulo Pinto estiveram sempre activos e funcionais no ataque à baliza adversária, com a colaboração de Hugo e Bernardo, o seu jogo ofensivo tornou-se perigoso.
Domínio. Digamos que os jogadores do CCD tomaram as rédeas do jogo, mostrando-se confiantes e seguros de si, perante um adversário que, surpreendentemente, se encolhia, recuava em demasia, se limitava a defender, e só a espaços, é que dava um sentido de aventura ao seu jogo.
Perante este cenário, não se estranhou que o empate surgisse através de Paulo Pinto num lance em que se escapou pela esquerda rematando para o fundo da baliza de forma espectacular. Com o jogo a caminhar para o intervalo o que podia fazer o CCD? Pois bem, continuou o ataque na procura da vitória. Na etapa complementar, um lance bem desenhado por Hugo no corredor frontal, ganhou uma falta à entrada da área adversária e Paulo Pinto cobrou o livre de maneira magistral para defesa sensacional do guarda-redes evitando um golo certo.
Após o descanso, o duelo ganhou qualidade, havendo, contudo, muito “nervo” – à falta de engenho, valia o empenho e o espírito de luta. A bola rondou a baliza adversária e quase entrou mas o adversário remeteu-se, então, a uma defesa porfiada, embora sempre espreitando o contragolpe e, os jogadores do CCD já deviam conhecer aquela regra inabalável do futebol, que diz que quem não mata, morre. Assim aconteceu, mais uma vez, no minuto 49, com o segundo golo da equipa forasteira.
O quarto de hora final terá valido pela emoção pois nesse período marcaram-se 4 golos, mas com a diferença que apenas dois deles foram do CCD, que chegou novamente ao empate e à desvantagem mínima.
O golo do empate surgiu através de Paulo Santos que depois de tirar vários adversários da frente “penteou” o esférico para as redes de forma sensacional.
O jogo caminhava para o fim e nenhum dos mais de 17 fiéis assistentes que suportaram uma temperatura próxima dos zero graus imaginava que o CCD teria que passar por algum sufoco, mas foi precisamente isso que se verificou. Motivos: duas desconcentrações e em menos de 10 minutos o adversário marca dois golos.
Seguiu-se, então, a parte mais feia do desafio, com um verdadeiro festival de agressões que culminou com a expulsão de Paulo Santos, com o CCD a ficar a reduzido a 10 jogadores e penalty a favor. Chamado a cobrar o penalty, Paulo Pinto não falhou e reduziu para 3-4.
Em inferioridade numérica, a equipa do CCD esteve prestes a empatar através de um lance de perigo com marca de golo: livre superiormente marcado por Paulo Pinto, lance em que o “speaker” do estádio ainda se precipitou e gritou… gooooolo!
Flash interview. “Acreditei que podíamos ganhar. Fomos penalizados por falhas de concentração. O que aqui se passou foi mau para o futebol”. afirmou o treinador Rui Santos.
Presentes: Cócó (engripado; Elias (fotógrafo)
Ausentes: Joaõzinho (a estudar); Martins (motivos pessoais); Quim (lesionado)
Assistência: 17 espectadores.
Diogo (2): Várias defesas e atento entre os postes.
P. Monteiro: (2): Perdeu a bola em zona proibida…Longe das suas melhores exibições.
Bruno (3) Um defesa soberano, mas foi surpreendido na parte final.
Tó (2): Eficaz a defender, muito sacrifício e minutos finais difíceis.
P. Assunção (2): Muito activo e por vezes algo confuso.
Bernardo (2): Um remate a centímetros do alvo, equilibrou no lado direito.
Rui (2,5): Sempre activo no jogo ofensivo e eficaz a defender.
Hugo (2,5): Sem deslumbrar mas com bons pormenores
Leonel (2): Muita entrega mas pouca ousadia.
P. Pinto: (3): Mais dois golos para a sua conta pessoal num jogo em que deu o que tinha e o que não tinha.
P. Santos (2,5): Fez um golo importante e a sua saída mudou a fisionomia do jogo.
Carlos Mendes